sábado, 5 de junho de 2010
Frost/Nixon
Já começo esta crítica dizendo que Frost/Nixon é, provavelmente, o melhor filme de Ron Howard.
Sim, eu sei que o cineasta possui alguns filmes excelentes, e que muitas pessoas vão discordar de mim, dizendo que “Uma Mente Brilhante” é melhor. Bom, talvez seja, mas essa é uma discusão irrelevante.
O fato puro é que “Frost/Nixon” é uma bela obra de arte. Trata de um dos maiores (senão o maior) escândalos políticos da história dos Estados Unidos : O caso Watergate e a renúncia de Richard Nixon a presidência. Mais específicamente, o filme trata da entrevista feita por David Frost com Nixon, onde o ex-presidente admite ter culpa em muitos casos de corrupção e abuso de poder. O filme, porém, não se prende apenas a entrevista em si, e mostra também um pouco da vida pessoal de seus protagonistas, e os desafios de Frost para realizar a entrevista.
O longa é técnicamente primoroso, com um ótimo roteiro, que prepara bem o terreno, fazendo com que o expectador esteja ansioso pelo bombástico clímax. O desenrolar é lento, nunca atropelado, mas também nunca maçante ou entediante.
Porém, o destaque mesmo fica para as atuações. Frank Langella e Michael Sheen, Nixon e Frost, respectivamente, são igualmente brilhantes em seus papéis, embora apenas Langella tenha sido indicado ao OSCAR. Contudo, Sam Rockwell, Oliver Platt e Kevin Bacon, coadjuvantes, não ficam atrás.
“Frost/Nixon” é inteligente. Não é um filme pra quem só gosta de pancadaria descerebrada. É históricamente importante. Mesmo que, em algumas cenas, as reações dos personagens sejam um tanto quanto exaltadas em comparação com a entrevista original, a escência do que vemos na tela é muito fiel ao que de fato aconteceu. Um belo trabalho de Ron Howard e do roteirista Peter Morgan (que também escreveu a peça teatral que deu origem ao filme). Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos.
Nota: 9,0
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