GameReview - Silent Hill Shattered Memories - PS2/Wii/PSP

Alguns meses atrás recebi a notícia de um novo episódio da franquia da konami, Silent Hill. Sempre fui fã da série, portanto deveria ter ficado feliz com essa notícia. Mas havia um porém,o game não teria armas, nem qualquer tipo de combate, e seria uma releitura do primeiro título da série. Como fazer um remake do saudoso Silent Hill, sem ação? Fiquei com um pé atrás.

Mas os produtores me mostraram que eu não tinha nada a temer. Shattered Memories é divertidíssimo, e tem sim seus momentos de adrenalina, mas de uma forma diferente do que estamos acostumados.

Julgando pela parte técnica, o game não decepciona em nenhuma das plataformas para a qual foi lançado. Os gráficos são ótimos, com belos efeitos de luz e sombra e ótima modelagem de personagens. O som é perfeito. A trilha sonora, mais uma vez de Akira Yamaoka é excelente, e os efeitos sonoros são de primeira.

A jogabilidade foi totalmente reformulada. A câmera agora fica o tempo todo atrás do personagem, e você controla o foco de luz projetado pela sua lanterna. Como já dito antes, o game não possui lutas, e os momentos de ação acontecem quando o cenário começa a congelar, formando uma espécie de labirinto. Nesses momentos cabe ao jogador apenas fugir para salvar sua vida, com eventuais empurrões nos inimigos que surgem de todos os lados e se agarram ao personagem. Parece meio chato, e de fato se torna um pouco com o passar do tempo, mas muitos desses momentos rendem bons sustos e uma certa dose de adrenalina. Ao falar de jogabilidade, não há como deixar de falar do celular que Harry Mason carrega consigo. O aparelho é muito utilizado na resolução dos puzzles (bem mais fáceis que nas versões anteriores) espalhados por todo o game, e acaba se tornando um dos fatores mais divertidos do game.

Mas a história é que sempre foi o melhor ponto dos Silent Hill anteriores, e este não é exceção. Mas, não espere por uma história fiel ao Silent Hill original , o começo e a base são iguais, mas no geral todos os acontecimentos são diferentes da história conhecida pelos fãs. Mas isso não quer dizer que seja ruim, longe disso. Este episódio contém uma trama mais sóbria, com personagens mais realistas. Os acontecimentos iniciais do game já deixam os jogadores curiosos e essa curiosidade é mantida até o espetacular final, que surpreende de uma forma raramente vista (claro que muitos finais estão presentes, como é de praxe na série, mas a base de todos é a mesma). Além disso, a trama é contada através de uma visita a um psiquiatra, que faz uma série de perguntas ao jogador, e as respostas que você der a ele afetam a forma como a história se desenrola e até o seu final. Uma forma criativa de estruturar a trama, que trás momentos realmente desconcertantes (espere só até o psiquiatra pedir para você pintar um desenho de uma casa com lápis de cor…).

Silent Hill: Shattered Memories é como um bom filme de suspense: Surpreendente. Muito bom. Pena que é muito curto, o jogo dura em média seis horas e pode ser completado em menos na segunda vez. Mesmo assim, vale muito a pena.

Nota: 8,5