quarta-feira, 31 de março de 2010

Crítica: 2012


2012 , a última epreitada de Roland Emmerich pode ser definido simplesmente como mais um filme de Roland Emmerich. Exagerado, irreal e (pelo menos pra mim), muito divertido.O longa acerta em diversos pontos, e erra em outros na mesma proporção.
Os tão falados efeitos visuais do filme são sem dúvida o ponto alto. Cenas como a destruição de algumas metrópoles, são um primor técnico (esse departamento é a especialidade do diretor), e muitas outras cenas absurdas são absolutamente convincentes. Poucas cenas são visivelmente artificiais, como a sequência em que o avião em que os protagonistas estão tenta decolar e a pista atrás deles começa a desmoronar, ou a explosão de um vulcão (apenas a cena da explosão, pois a cena que se segue, em que pedaços da montanha atingem o chão, é impressionante).Outro acerto do filme é quanto aos personagens. Não no sentido psicológico ou de realismo(nesses aspéctos os personagens ficam devendo muito), mas no carisma que possuem e no humor de bom gosto que proporcionam, com destaque para o paranóico Charlie Frost, brilhante.
Agora, falando das falhas do filme, que não são poucas.Uma das primeiras coisas negativas que se percebe ao começar a assistir o filme é que Emmerich repete, quase que na íntegra, a fórmula de seus filmes-catástrofe anteriores, O Dia Depois de Amanhã, e Independence Day. Um núcleo político e um com pessoas normais que tentam sobreviver as tragédias.E no fim isso acaba sendo a pior coisa do filme. A parte política é chata e arrastada, repleta de diálogos sem sal e discursos políticos contrangedores vindos do presidente dos Estados Unidos, e a parte mais humana é repleta de clichês. Clichês cinematográficos, como as partes (isso mesmo, no plural...) em que o personagem de John Cusack parece ter morrido e aparece novamente de repente, deixando todos felizes, e clichês do próprio diretor durante todo o roteiro.
A segunda falha perceptível é o fato de os protagonistas terem uma sorte absurda. Enquanto assistia o filme lembrei de um episódio de Os Simpsons em que Homer salva a cidade de uma explosão nuclear sem saber o que estava fazendo e tem a sua foto exibida ao lado da palavra sorte no dicionário. Adeus Homer, Jackson Curtis tomou seu lugar. Em inúmeras(isso mesmo, no plural denovo!) ocasiões, os personagens escapam da morte por um fio, tornando a experiência demasiadamente inverosímil, mesmo para este tipo de filme.
Além disso o filme é longo demais, e a culpa é de alguns diálogos e cenas de ação desnecessárias.Durante o filme temos nada menos que três cenas de aviões decolando no último instante para escaparem da destruição, e nas três a situação é idêntica. Além dessas estão outras cenas que parecem se repetir, e coisas que dão errado de forma gratuita, só pra injetar no espectador mais uma dose de adrenalina sem necesside.
O final do filme é mais uma herança de O Dia Depois de Amanhã, pois nos dois filmes, os americanos são obrigados a deixarem seu país e se refugiarem no terceiro mundo. O México naquele, e a África neste.Isto transforma um final que podia ser irônico em uma coisa repetida também.Até a cena em si que mostra a terra do espaço soa familiar.
Mesmo com todas as falhas, 2012 ainda é um filme divertido se encarado como diversão casual. Não é o melhor filme de Roland Emmerich, não superando O Dia Depois de Amanhã, nem Independence Day, mas ainda prende o espectador com suas cenas de destruição, efeitos espetaculares e humor de primeira.Apesar de tudo, recomendado.
Nota : 6,0

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