segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cine-Crítica: Cisne Negro




Cisne Negro é sobre uma bailarina um tanto atormentada, escolhida para ser a protagonista de uma das peças mais clássicas do balé: O Lago dos Cisnes. Suas personagens são o Cisne Branco, frágil, delicado, doce, e o Cisne Negro, maléfico e ousado.

Para Nina, é fácil interpretar o Cisne Branco. Afinal, ela é igual. Mas para uma garota como ela, o Cisne Negro é um grande desafio. Nina não consegue se soltar. Sua criação rígida a tornou disciplinada demais para que ela interprete com paixão, independente das regras e da técnica. Nina quer ser perfeita.

No passado, ela se arranhava e se cortava, sintomas de um problema psicológico que acaba voltando com a pressão auto-infligida para ser perfeita no papel que milhares de bailarinas sonham em fazer. Então seus delírios se tornam perigosos para ela e para os outros, ao mesmo tempo em que a ajudam a construir a personagem.

Eu imagino como deve ser difícil para um ator/atriz criar um personagem que não consegue interpretar outro. Natalie Portman faz isso com maestria. É sério, é uma das interpretações mais impressionantes que eu já vi. É incrível e ao mesmo tempo perturbador ver como Portman muda sua expressão de assustada para sombria, e de volta para assustada, em cenas geniais.

A montagem do filme é maravilhosa. A direção de Darren Aronofsky é por vezes repetitiva, mas nos deixa próximos da história, como se estivéssemos ali, no cenário, junto com os personagens. Repare na fantástica cena do Cisne Negro, como a câmera de Aronofsky passeia entre os bailarinos, nos mostrando de perto e em detalhes, a espetacular coreografia. O diretor também domina o uso da câmera subjetiva como poucos.

Cisne Negro possui, sim, falhas. Mas são tão pequenas em comparação com as qualidades que podem passar despercebidas. O roteiro deixa muitos detalhes por conta da atenção do expectador, nunca sendo didático demais. Se você refletir nas cenas, observando as ações dos personagens e no que elas resultam, o sentido da história fica bem mais claro.

Este último filme de Darren Aronofsky mantém a fama do diretor de nunca ter feito um filme ruim. É um filme tenso, de nos deixar roendo as unhas. Um trabalho com conteúdo, uma bela obra-prima.

NOTA:10,0

4 comentários:

  1. Obra-prima mesmo. Natalie brilha, e Aronofsky conduz de forma intensa esta intrigante odisséia psicológica.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

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  2. "Primo" bá, gostei do novo lay do blog!
    Bem mais moderno e bonitão!

    Hehehe.
    Beijo

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  3. O "Cisne Negro" é absolutamente fascinante. Natalie Portman executa um papel extraordinariamente complicado, bipolar e simultaneamente de deixar o espectador colado ao ecrã. Para além de que toda a produção é maravilhosa.

    Gostava que fosses ao meu blog, "O poder da Ironia" e que me falasses da terapia contra o aborrecimento. Desde já um obrigada.

    Beijinhos
    Patrícia=)

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