sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

The Game

Ser sincero está fora de moda. Ser você mesmo não é suficiente para que outra pessoa goste de você. E eu não estou falando de pessoas opostas, ou amores impossíveis. É preciso demonstrar os sentimentos. Conquistar.

Hahahahahahaha! Conquistar também não é mais como antigamente, não se anime. Conquistar agora é participar de um joguinho muitas vezes (quase sempre) escroto. Um joguinho de “demonstrar seus sentimentos, mas ao mesmo tempo não falar diretamente, não ser sincero, não ser franco e honesto”. Ou seja, esse “demonstrar os sentimentos”, nada mais é do que “demonstrar sua vontade”. Sim, o desejo. A vontade de “pegar” e não de realmente se conectar com outra pessoa em um nível mais avançado do que o carnal.

É trovar daqui; fazer elogios vazios dali, e nunca “fraquejar”, nunca demonstrar que você está de fato, “na da pessoa”. A ilusão do romantismo cinematográfico, literário, não passa disso. Ilusão. Esqueça. Ser direto e jogar limpo não lhe dá a vitória nesse jogo 95% das vezes. No momento em que você se abre, as coisas caem por terra. E não são só mulheres que são assim, muitos homens também perdem o interesse no momento em que sentem que estão seguros; no momento do “Mission Acomplished”.

Já parou pra pensar em um mundo onde as pessoas de fato, contassem o que estão sentindo? Dissessem, “estou a fim de você”, “não estou a fim de você”, “sim, podemos tentar, mas não garanto nada”, “olha, ouvi um comentário a seu respeito, pode me esclarecer isso?”. Este último antes de mudar a relação e tornar algo potencialmente legal em um clima estranho e constrangedor, onde ambas as partes ficam em dúvida, e começam a bolar mil e uma teorias mirabolantes, que podem, e provavelmente vão estar, longe da verdade. E claro, a pessoa que for questionada sobre algo não deve dar um piti clássico de novela das oito. Algo do tipo: “Eu não acredito que você está me perguntando isso! Não confia em mim??!!” OMFG! Esse tipo de reação é parte da causa do problema.

Podem me chamar de pessimista, amargo, ou qualquer merda que for, mas vivemos em um mundo podre. Bom, estou falando isso agora, mas nada me impede de ser assaltado por uma onda súbita de “o mundo é cheio de beleza, basta saber onde olhar!”. É como diz o Modest Mouse na canção Satin in a Coffin: “Do you believe what you’re saying? Yeah, right now, but not that often”. Discorda? Talvez tenha motivos para isso que eu não tenho...

Ao mesmo tempo, sei que apenas esperar que a pessoa caia de amores por você não vai dar certo. Porém, a minha reclamação é o papel que temos que desempenhar normalmente para chegarmos onde queremos. Um papel que escraviza. Qual o objetivo de se amarrar a uma relação onde não se pode ser você mesmo? Onde você tem que cuidar tudo o que vai dizer? Onde demonstrar afeto causa nojo, ou te afasta? Objetivo? É sexo? Por que se for até entendo... todos temos necessidades, mas será que vale a pena?

AHHH! Cansei de escrever. Vou dormir.

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