quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cine- Crítica: Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010)



Scott Pilgrim Contra o Mundo é um filme engraçadíssimo. Ok, mais para alguns do que para outros, mas ainda assim, um filme que vai agradar a maioria do público que está atrás de uma obra inteligente e original.

A trama é completamente nonsense, baseada na Graphic Novel de Bryan Lee O’Malley. Scott Pilgrim é um adolescente(bem, mais ou menos já que ele tem 22 anos) canadense , que encontra Ramona, a garota de seus sonhos (literalmente) e se apaixona. O único problema é que ela tem sete ex-namorados malignos, que formaram uma liga com o objetivo de não deixar que ela namore com ninguém. Simples assim, se ele quiser ficar com ela, vai ter que derrotar todos os sete. A estes personagens juntam-se outros hilários, como Wallace, o amigo gay de Scott, que mora com ele e inclusive dorme na mesma cama, os integrantes da banda de Scott, a Sex Bob-Ombs, a adorável Knives, entre outros.

Se você for um nerd, aficionado por games, HQs, mangás, séries, vai gargalhar praticamente sem parar (principalmente na primeira metade do filme) a cada referência a cultura pop. Sem dúvida, essas referências são um grande ponto a favor do filme. Algumas são nostálgicas, como a música de The Legend of Zelda: A Link to the Past que toca já na abertura do filme, outras são hilárias, como quando Scott chega em casa, e toda frase que ele diz é acompanhada de um som de platéia, aplausos e vaias, uma alusão as sitcoms americanas de comédia. Por isso o filme é mais engraçado e agradável para uns do que para outros.

Quem entende a linguagem do filme certamente vai curtir muito mais, mas isso não quer dizer que não haja atrativos para quem não está familiarizado com esse mundo nerd. As lutas são muito bem feitas. Bem filmadas e coreografadas. Além disso, o diretor Edgar Wright (dos divertidos Todo Mundo Quase Morto, e Chumbo Grosso) impõe, juntamente com a montagem, um ritmo ágil, que só se perde um pouco a partir da metade, quando começa a ficar um pouco repetitivo, o que aliás, é o único defeito grave do filme. E também, não pense que o filme só contém piadas nerds. Existem um sem número de situações gargalhantes, que vão do nonsense ao constrangedor.




Todos os atores estão todos ótimos, Michael Cera tem um carisma natural, e passa isso a Scott. Mas quem merece destaque é Kieran Culkin, que faz Wallace, impagável. A trilha sonora é composta por indie rock, o que é ótimo, e casa perfeitamente com o clima.

Entretanto, é bom deixar um aviso aqui. O filme não tem nenhuma pretensão ao realismo, ou seja, não é para aqueles que vêem dois personagens lutando no ar e dizem “ah, nada a ver, como é que ele faz isso?”. O filme é permeado por ideogramas (cada soco é um “PAH” ou um “POW”), as lutas são deliciosamente mentirosas, e na maioria das vezes, lotadas de referências a games de RPG e de luta ( como telas de “VS” e contadores de combo e de XP), então não se espante ao ver um personagem derrotado deixar apenas um monte de moedas no chão. Se você não acha isso engraçado, acredite, para alguns, como eu, é simplesmente hilário.

Os efeitos são simples, mas muito bem feitos, e não atrapalham em nada a narrativa. A direção é muito boa, trazendo planos muito bacanas, e adaptando o clima de história em quadrinhos como nunca antes.

Totalmente original e divertido, Scott Pilgrim Contra o Mundo é entretenimento de alto nível. Recomendado a todos que procuram por novidade e estão abertos a total falta de realidade, tanto no sentido já mencionado anteriormente (lutas, visual), mas também em algumas tramas, que não tem outro motivo para acontecerem de repente, a não ser o de fazer rir. Comigo funcionou, e eu ainda ri muito nesta quarta visita.

Nota: 9,0

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Um comentário:

  1. Também adorei o filme. Achei muito interessante como eles conseguiram transformar as referencias de games e cultura pop em estilo/forma ao invés de só distribuir no roteiro.
    Divertidíssimo.

    Parabéns pelo blog!! (e obrigado pela visita ao meu http://ahorda.wordpress.com ^_^)

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