quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cine-Crítica: Namorados Para Sempre (Blue Valentine, 2010)




Namorados Para Sempre tem um título nacional terrível, que nada tem a ver com a história contada. Este título nos passa algo alegre, uma comédia romântica de final feliz e perfeito. Mas na verdade, Blue Valentine (o título original) mostra a vida de Cindy e Dean, um casal que passa por sérios problemas, e cujo amor parece ter acabado (pelo menos de uma das partes).

Não adianta eu gastar meu tempo e conseqüentemente mais palavras para pensar em formas rebuscadas de dizer o que o filme me passou, basta dizer que é triste, longo e realista. O diretor Derek Cianfrance filma quase tudo em planos fechados, tornando o clima um tanto sufocante. As discussões do casal parecem estar acontecendo na nossa sala de estar, e sentimos a dor dos personagens como se estivéssemos presenciando tudo em tempo real.

E para isso também temos a ajuda de grandes interpretações de Ryan Gosling (de Diário de uma Paixão) e Michelle Williams (a Jen de Dawson’s Creek), provavelmente as melhores de suas carreiras. E não é exagero dizer que sem tais interpretações o filme não teria a metade de seu peso



Na parte técnica o filme é muito agradável em todos os aspectos. Na já citada direção, na boa fotografia, na ótima trilha sonora e por aí vai. Vale mencionar que a estrutura do filme não é linear, e que ele se passa em dois períodos distintos: Um passado próximo, no qual o casal era feliz, o início do namoro até o casamento, e o presente conturbado. A trama passeia por esses períodos, inclusive nos surpreendendo de vez em quando com algumas ótimas transições.

Blue Valentine não é um filme alegre. É depressivo e não tem um final feliz. Não apela a clichês do gênero para nos dar um final trágico, apenas conta uma história com muito mais verdade do que o cinema Hollywoodiano está acostumado. É a verdadeira arte que imita a vida, e todos sabemos que a vida nem sempre tem como saldo uma mensagem positivista. Às vezes, as coisas simplesmente acabam mal.

3 comentários:

  1. Alexandre, saí emocionalmente arrasado após esse filme. É tão belo, mas ainda assim é cruel e nos machuca. A dimensão interpretativa, a direção e os realistas diálogos nos provocam inúmeras reflexões. Gosling que merecia uma indicação ao Oscar aqui, ou até vencer.

    abraço

    ResponderExcluir
  2. Realmente, o realismo do filme machuca. Mas ao menos não ilude, o que é raro. E também concordo que Ryan Gosling merecia pelo menos ser lembrado no Oscar, uma atuação impressionante.

    Agradeço pela visita Cristiano!

    ResponderExcluir